22 de junho de 2010

A alegria do reencontro!

A única novidade boa para mim nesta segunda-feira parecia ser a goleada de Portugal sobre a Coréia do Norte na Copa 2010. Para ser sincero, um bom motivo também de alegria, afinal, tenho sangue bom português correndo em minhas veias. Mas, na volta para casa depois do trabalho, já na boca da noite, minha esposa lembrou que precisávamos comprar um balde. Resolvemos então parar no supermercado mais próximo. Pegamos o balde, algumas outras coisas mais e nos dirigimos ao caixa rápido.

Já na fila, distraído, ouço uma voz que parecia querer chamar a minha atenção. Olho para trás e tenho uma grata e maravilhosa surpresa. Sorridente, um velho e querido amigo de infância me cumprimenta. Vem até a mim e nos demos um forte, longo e fraterno abraço. Era meu amigo de rua na infância, carinhosamente conhecido entre os colegas como CICA. Crescemos juntos na Avenida Getúlio Vargas, entre as ruas Leonardo Malcher e Ramos Ferreira. Seus irmãos, Jara e Brasil, e meus irmãos de criação, Agostinho e Cláudio (já falecido), fomos todos criados juntos na mesma rua.

Cica, Jara e Brasil eram os negros mais estimados e festejados de toda a molecada da Getúlio Vargas. Eles moravam com seus pais numa casa bem próxima à entrada da Vila Paraíso, existente até os dias de hoje. Assim como a Vila Mimi, um pouco mais abaixo, bem ao lado da casa onde eu morava com meus pais e avós. Para que tenham uma idéia, nada acontecia na turma da rua sem a participação de CICA, um craque de bola, e Jara um exímio empinador de papagaio. Brasil, o mais velho dos irmãos, dedicava-se ao escotismo. A maior lembrança que guardo dele (Brasil) na memória, é quando saía de casa aos sábados, vestido com a sua farda de escoteiro impecável, cheia de condecorações conquistadas. Seu amor ao escotismo fazia inveja a todos os colegas.

Naquele tempo, duas coisas nos faziam os moleques mais felizes do planeta, particularmente aos domingos. A pelada pela manhã no campinho inclinado da casa da dona Chaguinha, e a brincadeira de papagaio que durava uma tarde inteirinha, com a participação dos adultos, como meu pai, Luiz Aguiar, Klinger Costa e outros. Aos sábados, quando não passávamos o dia inteiro jogando bola no campinho de Dona Chaguinha, íamos jogar em outros campos ou quadras  da cidade, sempre tendo CICA como a estrela principal do nosso time e a garantia de muitos gols.

Ah! Como éramos felizes! Gostaria de falar um pouco de todos esses queridos e inesquecíveis amigos de infância, o que certamente farei em outras oportunidades. Agora, neste instante, quero dedicar essa mensagem particularmente ao meu querido amigo de infância, CICA, que hoje me proporcionou uma imensa alegria. A alegria indescritível do reencontro. Mais velho, com os cabelos já grisalhos, assim como os meus, porém o mesmo CICA dos velhos tempos de nossa infância e juventude, sempre com um sorriso nos lábios e um olhar que nos transmite paz e alegria. Que Deus abençoe o meu amigo CICA e que possamos nos reencontrar outras vezes para recordarmos daquele tempo quando, sob a proteção de nossos pais, tínhamos uma única preocupação – a de sermos moleques sadios, alegres e felizes.

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