22 de junho de 2010

Dê preferência à vida!

A notícia que um estudante foi morto estupidamente com um tiro na cabeça por causa de uma discussão no trânsito é chocante, mas com certeza não é nenhuma novidade nesse mundo cão e de violência assassina em que estamos vivendo, onde apertar o gatilho de uma arma mortal parece tão natural. É atirar, matar, fugir do flagrante e depois aparecer com um advogado em qualquer delegacia, já com a certeza da liberdade garantida até que a nossa justiça resolva fazer a sua parte. Enquanto isso, do outro lado da tragédia, uma família chora uma perda irreparável.

Não foi o primeiro e, lamentavelmente, não será o último caso de assassinato dessa natureza. Outras tragédias como esta se repetirão. Pessoas que em lugar de bancar o frouxo ou o covarde diante de situações de conflito na rua ou no trânsito, preferem parar o carro e, de sangue quente, descer para tomar satisfação com seu oponente que, dependendo do perfil, pode dar àquele instante de conflito, apenas duas únicas opções – matar ou morrer. O estudante assassinado, para tristeza de todos nós, quando desceu do carro disposto a encarar o seu opositor, não imaginou que estava indo enfrentar um potencial assassino e ao encontro da própria morte.

Nesta tragédia, o que mais chama a atenção é o envolvimento de um homem da policia, ou seja, uma pessoa que demonstrou estar totalmente despreparada para o porte de uma arma de fogo. Por ser um policial, imagina-se que deveria saber como agir diante de um opositor em desvantagem, desarmado, sem ter que apertar o gatilho contra sua cabeça e matá-lo de forma tão covarde e estúpida. Eu me pergunto: quantos policiais armados, tão potencialmente despreparados quanto este, podem estar circulando neste instante pela cidade? Aliás, será que pelo menos a arma que este policial portava já foi recolhida? Porque motivo estava armado? Estava em horário de serviço ou costuma desfilar armado por simples exibicionismo?

Nada vai trazer de volta o estudante para os seus familiares e amigos. Que Deus conforte o coração dessas pessoas; que a justiça faça a sua parte, mas que nós façamos também uma reflexão quanto ao comportamento em situações como esta. Numa situação de conflito na rua ou no trânsito, evite o confronto exacerbado com seu opositor. Vá a uma delegacia mais próxima, preste queixa e deixe que a polícia e a justiça façam suas partes. A vida em paz é mais interessante. Dê preferência à vida!

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