4 de julho de 2010

Brasil 3 x 0 Chile

Encerramos as atividades do terceiro dia de viagem de férias. O estresse do primeiro dia com o embarque de São Paulo para Santiago já passou, o que me trouxe de volta o ânimo para escrever e registrar os melhores momentos. O grupo de pessoas inicialmente anunciado de 30 pessoas, na verdade se resumiu a três casais: eu e minha esposa Adriana, Ana e Cristiano, Renata e Antônio e mais duas companhias agradáveis de Natasha e Regina. Para completar o bom astral do grupo, tivemos a sorte de contar com o chileno Luiz como guia que, além do bom humor, fala também um português sem sotaques. Já morou no Brasil e demonstrou conhecer um pouco da nossa cultura.
(Uma breve parada a caminho do Valle Nevada, em Santiago/Chile)
Hoje foi também o dia do jogo do Brasil com o Chile, felizmente com o resultado favorável a nós brasileiros. Mas, aqui em Santiago, amanhecemos preocupados com algumas incógnitas. Onde assistir o jogo? Como seríamos tratados antes, durante e depois do jogo? Luiz, o guia, já havia nos alertado que o hotel onde estamos hospedados fica próximo do local onde os chilenos se reúnem para assistir os jogos e que no último jogo da seleção chilena aconteceram muitos tumultos envolvendo os torcedores. O retorno do passeio ao hotel, independente do resultado, ia depender do comportamento dos torcedores nos arredores do hotel. O plano B, em caso de tumulto, era ficarmos fazendo hora no shopping até que as coisas acalmassem.

Saímos cedo do hotel rumo ao Valle Nevada, com uma parada para alugarmos roupa apropriada para enfrentar chuva, neve e muito frio. A recepção ao grupo na loja foi das melhores. Os chilenos estavam bastante eufóricos, alegres, brincaram muito conosco e pareciam confiantes no milagre da vitória chilena contra o Brasil, afinal, sonhar não é pecado e não custa nada. Na volta, entretanto, encontramos o ambiente muito diferente. Os chilenos da loja não conseguiam disfarçar a tristeza com o fracasso da seleção chilena. No nosso grupo, por precaução, ninguém fez qualquer comentário ou brincadeira sobre o resultado do jogo. Já havíamos cometido uma gafe no restaurante onde assistimos ao jogo, felizmente sem conseqüências.

Na subida ao Vale Nevada tivemos algumas paradas para fotografias e para a prática do divertido esquibunda. Eu e Cristiano optamos não entrar na brincadeira. Preferimos ficar assistindo e fotografando nossas esposas brincando na neve com os demais. Todos se divertiram feito crianças até cansar, inclusive o guia. Eu, na verdade, cansei só tentando andar na neve para encontrar os melhores ângulos para fotografia. Ao chegarmos à bela e inesquecível estação de esqui de Vale Nevada, tivemos ainda tempo suficiente para caminhar e conhecer toda a infraestrutura oferecida aos turistas e apaixonados pelo esporte na neve. O frio era intenso, mas nada que não fosse suportável, graças, obviamente, à roupa alugada.
(Uma breve parada para aprender a usar o esqui na neve)
Apesar da beleza do passeio, nossas cabeças estavam concentradas no jogo do Brasil com o Chile. Por sugestão do guia, resolvemos deixar a estação de Valle Nevada a tempo de descermos para assistir o jogo de maneira mais confortável no restaurante do Hotel Farellones, onde uma mesa reservada nos esperava. Ao chegarmos ao restaurante os times já estavam em campo. O garçom que nos recepcionou demonstrava ser uma pessoa muito alegre e brincalhona e não escondia a sua esperança na vitoria da seleção chilena. Junto com o nosso grupo, outras pessoas ocupavam as mesas do restaurante, todos com olhos fixos na televisão. A imagem da TV não era das melhores, mas dava para assistir ao jogo numa boa.

O que ninguém esperava, nem brasileiros, tampouco chilenos, é que o jogo seria tão fácil para a nossa seleção. No primeiro gol, nossa colega de grupo, a paulista Natasha, esqueceu que estava em território do adversário e saltou aquele grito indisfarçável de alegria. Automaticamente, todos nós do grupo olhamos sérios para ela, preocupados com uma possível reação de parte dos chilenos ali presentes. Felizmente ninguém reclamou da comemoração de Natasha, mas dava para ver na fisionomia dos chilenos certo ar de reprovação. Ela percebeu que se gritasse de novo ia acabar apanhando, mas seria do seu próprio grupo de passeio. Vieram o segundo e terceiro gol, mas desta feita comemorados com mais precaução e muitos sorrisos disfarçados entre nós mesmos, apesar de que depois do segundo gol a maoria dos chilenos que almoçavam no local se retiraram. Na hora de fechar a conta, o garçom que nos atendia, coitado, não era mais aquele que encontramos antes de começar o jogo. A alegria e as brincadeiras foram substituídas pela tristeza e decepção, que era também de todos os chilenos naquele momento.

Na volta para Santiago fomos informados que o ambiente não era dos melhores nos arredores do hotel onde estávamos hospedados. Para evitarmos contratempos, resolvemos então colocar em prática o plano B. Ficamos no Shopping passeando e fazendo hora para voltar com maior segurança para o hotel. Apenas Antonio, esposo de Renata, e Regina (que sofrera um mal estar na volta) resolveram arriscar e seguir para hotel com o apoio do guia.

Depois de um bom e tranquilo passeio olhando as vitrines do Shopping, algumas compras no Supermercado logo ao lado e um breve lanche, voltamos de carona no ônibus turístico para o Hotel. Uma volta tranqüila e um final de dia muito feliz, que começou com um passeio inesquecível ao Valle Nevada, em Santiago, com muitas fotografias, finalizando com a vitória do Brasil sobre o Chile.

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