18 de outubro de 2018

COLÉGIO DOM BOSCO - 1970


Passados mais de 40 anos, recebi no meu local de trabalho, na Suframa, a visita do ex-clérigo João Ribeiro, do Colégio Dom Bosco. Ele veio tratar de um assunto do seu interesse pessoal e trouxe consigo essa foto ao lado que ele guardara de lembrança do seu tempo como clérigo na escola.

Perguntou-me se o aluno no canto direito da foto era eu. Confirmei que sim e ele disse: - Então agora a foto é sua.  

Fiquei muito feliz com o presente. É uma relíquia. Eu nada tinha guardado de lembrança do que nos levou a esse momento inesquecível da nossas vidas de estudante. Em resumo, é uma foto histórica. Nesse momento da foto o Pe. Bento (Diretor da Escola) fazia a entrega para Alberto Onety, de um pequeno troféu pelo título que havíamos conquistado pelo Colégio Dom Bosco, de campeão estudantil (juvenil) de futebol de salão daquele ano. Conquistamos o título vencendo o Colégio Agrícola, numa partida final que aconteceu na quadra iluminada do Colégio Salesiano São Domingos Sávio. 

Na foto, entre eu e Alberto Onety, com apenas parte do rosto aparecendo, e o seu inconfundível bigodinho, está Wilson Pereira Barbosa, que foi e continua sendo para mim um verdadeiro irmão. Estudamos juntos, sempre na mesma sala, toda a nossa vida de Dom Bosco. Wilson era o craque do time, seja no futebol de salão ou no futebol de campo.

Nessa ocasião eu tinha 15 anos e éramos todos praticamente da mesma idade. Um dos prazeres dessa geração era o futebol, a pelada nos campinhos e nas quadras espalhadas pela cidade. Era a nossa paixão. Eu e meu amigo Wilson Barbosa jogamos em praticamente todas as principais quadras de salão que haviam àquela época. Algumas, quando terminava o jogo, estávamos todos ralados pelas quedas e condições precárias do piso. Joelhos e cotovelos, principalmente, viviam ralados e manchados pelo uso de mercúrio-cromo, bálsamo bengué ou tintura de iodo.  

Naquela época aconteciam vários torneios pela cidade. Onde acontecia um torneio de salão, lá estávamos nós participando, não importando o resultado. Era tudo pelo prazer de jogar bola e, raramente, havia uma confusão ou pancadaria. E olha que o futebol de salão, naquela época, pelas suas regras e pelo tamanho e peso da bola, era um jogo duro e pesado, bem diferente do futebol de salão praticado hoje. 

Conversando com  meu amigo Wilson sobre esse tempo, lembramos de um time de salão que nós participávamos. Todas as camisas do time tinham o mesmo número 5. Faz tanto tempo que eu nem sei dizer o motivo do número 5. Eu, particularmente, gostava de usar a camisa de número 6. Naquela época, a camisa 6 no futebol de campo, era usada pelo jogador que jogava na lateral esquerda da defesa e que normalmente era canhoto. Como sou canhoto, creio que daí nasceu a preferência por esse número.

Lembramos do time de futebol de salão do Seo Araquém, morador tradicional do Bairro de Aparecida, pai de Coquinha e de Irany Solano que estudava conosco no Colégio Dom Bosco. Seo Araquém nos levava para os jogos e os torneios de futebol de salão em cima do seu caminhão. Ganhando ou perdendo, a viagem de ida e volta era sempre uma festa. Éramos felizes!

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