11 de setembro de 2009

NOVELA & POLÍTICA

Que pena! Caminho das Índias está acabando.

Nesses últimos dias, no intervalo dos capítulos da novela das 8, quando os noveleiros aproveitam para enxugar as lágrimas e se recuperar das fortes emoções das cenas derradeiras, surge de repente na tela os nossos atores políticos para criticar ou falar mal dos outros, defender o indefensável, pregar a idéia do verde, da transparência, da honestidade, da luta contra as desigualdades, da defesa dos fracos e oprimidos, mais saúde, mais educação, mais isso, mais aquilo, mais tudo e mais alguma coisa.
Na verdade estão apenas aproveitando o ibope do horário nobre para falar de coisas que na prática não acreditam, não seguem, não praticam e não realizam.

No final do discurso, que felizmente dura poucos segundos, somos nós, contribuintes, que pagamos o tempo que eles gastam e, pasmem, pagamos também o Kit Paletó com que eles se apresentam na telinha. A conta, se você não sabia, é dobrada.

Hoje, todos eles, políticos, e todos os partidos, indistintamente, podem perfeitamente serem socados e exprimidos no mesmo balaio. Se no atual contexto ainda é possível distinguir e/ou destacar a conduta e a personalidade individual de algum político, infelizmente, entre os partidos, não há mais como fazer qualquer distinção para separar um do outro. Não há mais um único partido neste país que não esteja vergonhosamente lambuzado pelas falhas de conduta de algum ou alguns de seus filiados. Condutas que desmoralizam os partidos, pois nada fazem para expurgar ou pelo menos punir aqueles que merecem. Condutas que envergonham os eleitores e provocam indignação na sociedade. Pena que essa indignação seja passageira, não mereça e não resulte numa reação da sociedade compatível com os males causados. O brasileiro, que é capaz de destruir um estádio de futebol e mais meia dúzia de coletivos para protestar contra um pênalti mal marcado pelo juiz contra o seu time de futebol, é o mesmo que deita e dormi tranqüilo depois de ouvir um Jornal Nacional inteiro denunciar o mensalão, o desvio de verbas públicas e a corrupção política, praticada por elementos nocivos à nação e que vivem de meter a mão impunemente nos cofres públicos e com isso comprometer o futuro de nossos filhos, netos e de uma nação inteira. É uma Zorra! Roubar o país pode! Roubar um pênalti não pode!

O curioso é que ao final dos discursos que acontecem nos intervalos da novela, eles (políticos) encerram sempre clamando – VENHAM! SEJAM UM DOS NOSSOS! JUNTEM-SE A NÓS!

E aí eu pergunto – Nós quem cara-pálida?

Sinceramente, diante da realidade presente, qual o partido que hoje consegue de fato sensibilizar e/ou oferecer algum tipo de estímulo para que o jovem e/ou cidadão de bem se interesse pela filiação partidária? A maioria dos partidos hoje tem rótulo, tem dono. É isso mesmo! São sempre os mesmos. Alguns partidos possuem até nome e sobrenome e se orgulham disso. Ou você reza na cartilha deles ou toma outro rumo. Se você começar a aparecer um pouco mais ou cruzar o caminho dos caciques, fique certo – vai levar rasteira!

Um comentário:

  1. Parabéns pelo trabalho do blog. O lance da baladeira ficou bem criativo. Ainda não conhecia e vou ficar acessando sempre que puder. Aproveito para indicar um blog bem legal, também aqui da cidade. O Olhar Manaus, acessado pelo http://dscruz.wordpress.com leva o leitor a outros pontos e ângulos de alguns fatos presenciados pelo fotógrafo Denys Cruz. Vale a pena a visita. Um abraço.

    Denys

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