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Fico triste quando vejo uma MANCHETE de primeira página expondo nossos
artistas e poetas pelo fato terem suas “pensões” questionadas como ilegais pelo
ministério público estadual. Tristeza maior pelo fato de que são pessoas que produzem
arte, fazem poesias, encantam crianças, jovens e adultos, e ainda colocam o
nome do nosso Estado em destaque no Brasil e no Mundo. Quanto custa isso?
Ainda assim, deixando o coração de lado, vamos considerar que o promotor dessa causa esteja com total
razão. Que apesar de tudo o que eu falei, as pensões dos artistas locais são ilegais e não cabe ao
contribuinte arcar com essa despesa. Então, cortem as pensões! Ponto final!
Feito isso, a primeira pergunta que eu faço a seguir é se o nobre promotor dessa
causa mora em Manaus? Se ele já ouviu falar, por exemplo, do hilário
bolsa-paletó? Aquela verba gordinha, extra-salário, que só numa das nossas casas legislativas, representa uma
conta de 40 mil reais por ano e por cada parlamentar, livre de qualquer despesa
e/ou exigência de prestação de contas. A soma anual e individual da pensão da
maioria dos artistas beneficiados, entre 2 e 3 mil reais, pasmem senhores
leitores e promotores, não chega ao valor anual de uma única bolsa-paletó. Ora,
se pagar a pensão de um artista local é ilegal, o que dizer de pagarmos todos
os anos o tal auxílio-paletó dos nossos nobres parlamentares? Auxilio-paletó para deputados, pode! Pensão para artistas, não pode! Como diria minha avó - haja paciência!
Para concluir, que tal se essas
autoridades se debruçassem também para estudar essa mazela chamada bolsa-paletó,
para que tenhamos a possibilidade, quem sabe, de outra manchete de primeira
página igual a essa do dia de hoje. Se a pensão é ilegal, o auxílio-paletó da
mesma forma é ilegal, imoral e já está na hora de acabar. Vamos lá MPE!...
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