Motivado por uma tragédia que
mexeu com o mundo inteiro, assistimos aqui em Manaus uma operação nunca vista.
Em uma semana, ou pouco mais de uma semana, as autoridades locais conseguiram
viabilizar e colocar em prática uma operação de fiscalização que atingiu mais
de uma centena de bares e casas noturnas da cidade. Ainda que tenha acontecido
nessas circunstâncias, temos que aplaudir. Como diz o ditado: antes tarde do
que nunca.
Entretanto, depois dessa operação,
ficou transparente a ideia de que, se não fizeram antes, é por não houve
interesse ou vontade política de fazer. Tudo caminhava muito cômodo para ambas
as partes. As autoridades faziam de conta que fiscalizavam; as casas e bares
noturnos faziam de conta que cumpriam todas as exigências. Para completar, contavam
também com a indiferença de clientes e frequentadores, pouco preocupados com a segurança
de suas próprias vidas. Precisou uma tragédia para que as autoridades despertassem
para suas próprias responsabilidades. Espero que os amantes dos bares e casas noturnas
também tenham despertado para a necessidade de exercerem melhor a sua cidadania,
em defesa da própria vida e dos seus.
Diante desse quadro, fico
imaginando por que motivo outras operações não acontecem nesta cidade. Por
exemplo: quantos restaurantes existem em Manaus? Quantos desses restaurantes estão
regulares diante de suas obrigações legais? Quantos restaurantes que você
frequenta, ou já frequentou, os banheiros não fedem, não falta água, não falta papel,
etc. E as cozinhas? Qual a condição de higiene desses ambientes frágeis e de
fácil contaminação? Qual a condição dos produtos e insumos usados no preparo
dos pratos consumidos? Qual a situação das pessoas que manipulam e preparam os
alimentos? De quanto em quanto tempo esses restaurantes passam por uma
fiscalização geral? Qual o tratamento dado aos restaurantes? Será que é o mesmo
“faz de conta” que vinha sendo aplicado aos bares e casas noturnas?
Depois de tudo isso que estamos lendo
e assistindo, dá para confiar em alguma coisa? Dá para imaginar para os restaurantes um cenário diferente dos
bares e casas noturnas? Quem nos prestaria essas informações e nos tira essas
dúvidas que fervilham em nossas cabeças?
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