30 de janeiro de 2013

CURSOS a distância...



Dia desses, ao chegar numa roda de colegas, o tema da conversa era os cursos a distância através da internet. Um dos colegas falava da sua experiência e nos passou uma informação muito interessante. Disse ele que no ano de 2011 o número de pessoas matriculadas em cursos a distância cresceu 58% em relação ao ano anterior. De 2010 para 2011, a quantidade de alunos matriculados em cursos a distância teria crescido de 2,2 milhões para 3,6 milhões de pessoas. No meu entendimento, em termos de Brasil, é sem dúvida um número fantástico.
Depois de ouvi-los atentamente, resolvi voltar ao passado e contar a eles a minha experiência pessoal com curso a distância. Antigamente, quando comprávamos revistas nas bancas da cidade, a maioria delas trazia propaganda do Instituto Universal Brasileiro e das Escolas Reunidas. Eram escolas que na minha época vendiam cursos por correspondência e que eram muito procurados. Lembro, por exemplo, de um amigo de infância que fez um desses cursos e montou uma oficina em casa, onde consertava rádios, eletrolas, etc. Ele já era muito curioso com essa parte eletrônica e o curso com certeza deve ter lhe ajudado muito. Eu pessoalmente usei várias vezes os seus serviços. Era o médico que cuidava do meu radinho de pilhas que me acompanhava quando ia ao campo de futebol, e da minha eletrola Pelé onde eu tocava os discos com as músicas dos grandes ídolos da jovem guarda.
E qual foi de fato a minha experiência com os cursos por correspondência?Vamos lá!
Eu sempre quis saber desenhar. Acho muito legal as pessoas que sabem fazer criticas e humor através do desenho, por exemplo. O humor através do desenho é genial. Exige muito criatividade e deve ser fascinante para quem tem esse dom. Eu não tenho esse dom, mas achei que poderia aprender a desenhar através do curso por correspondência. Entre as escolas citadas, não lembro a qual delas recorri à época. O certo é que eu comprei e comecei a receber o material em casa pelos correios. Era tudo muito bacana e organizado. Tinha até tarefa e prova para fazer.
Para minha total desolação, não foi preciso muito tempo para concluir que eu não levava jeito para o desenho. As dificuldades eram enormes. Devido a esse fracasso, imaginem... Meti na minha cabeça que desenhar não era coisa para gente canhota. Cheguei a imaginar que se tivesse apanhado como minha falecida tia Maria, irmã de meu pai que escrevia tanto com a esquerda, como com a mão direita, quem sabe não teria tido sucesso. Bobagem, obviamente, pois depois vim a descobrir nomes de grandes artistas do desenho, todos canhotos. Quanto à minha tia Maria ter apanhado, soube que no seu tempo, quando crianças demonstravam tendência para escrever com a mão esquerda, elas acabavam forçadas a usar a outra mão e, em muitos casos, quando teimosas resistiam, terminavam apanhando dos pais ou dos próprios professores.
O fato de ser canhoto só me trouxe problemas em duas situações. A primeiro era na hora de fazer a caligrafia obrigatória de todos os dias, pois a mão do canhoto normalmente deslisa sobre a escrita, acabando por borrar o caderno. Quando isso acontecia, fatalmente a professora mandava eu fazer tudo outro vez. A segunda era na sala de aula do colégio, onde eram poucas, pouquíssimas, as carteiras apropriadas para os alunos canhotos sentarem. Fora isso, lembro-me também de alguns colegas que brincavam comigo dizendo que os canhotos eram todos contra Deus, mas isso não me incomodava, principalmente depois que fui reclamar para o padre conselheiro da acusação dos colegas  e ele me respondeu:  - se a acusação é essa, continue sendo. No jogo de petecas, onde modéstia a parte além de viciado eu era um craque, os adversários chamavam a minha canhota certeira de "canhota maldita", o que também não me incomodava, pelo contrário, fazia-me sentir o máximo. 
Finalizando, fico imaginado se hoje ainda existem crianças que apanham para não escrever com a mão esquerda. Como estamos no país de nome Brasil, é bom não duvidar. Por aqui tudo é possível de acontecer. Quanto ao curso por correspondência, é fantástico conhecer e acompanhar a evolução dos chamados cursos a distância. As novas gerações, bem diferente da minha geração, dispõem hoje de ferramentas extraordinárias para quase tudo. Quem souber utilizá-las adequadamente, só tem a ganhar. 

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