6 de fevereiro de 2007

Tiros de Baladeira (IX)

Anistia ao Zé!
Quando o Congresso, em particular a Câmara dos Deputados, se manifesta de forma raivosa com relação ao suposto movimento visando conceder anistia a Zé Dirceu, nós aqui, do lado de cá, ficamos imaginando quantos caras-de-pau nós arrumamos para nos representar no Congresso Nacional. Vai ver uma boa parte desses raivosos não teve o menor constrangimento, quando protegido pelo voto secreto, de salvar da cassação políticos bem mais espertinhos do que Zé Dirceu, envolvidos até a goela no famoso mensalão. O Congresso perdeu de tal forma a credibilidade, que não sabemos mais quem fala sério ou não. Não ficou a menor dúvida de que a cassação de Zé Dirceu foi merecida, mas só aconteceu por conveniência política, num verdadeiro acerto de contas entre eles (políticos). Se o Congresso pensou passar à sociedade algum tipo de boa impressão com a cassação do Zé Dirceu, acabou depois jogando tudo no vaso sanitário com a absolvição da maioria da turma do mensalão.
Um Novo Congresso - Quem sabe!
Existe uma grande expectativa com relação ao desempenho do Congresso nessa legislatura. A legislatura que passou, em termos de moral e decência, foi a pior de toda a história. Houve renovações com certeza, porém coisa ruim, lamentavelmente, voltou a freqüentar o Congresso. Como cidadãos, estamos todos com o pé atrás. Torcermos pelo pior é burrice, mas sonharmos com dias melhores não custa nada. Muita coisa vai depender muito do comportamento da sociedade, que precisa sair do seu comodismo e cobrar – mas cobrar para valer. A primeira exigência, irretratável, é que acabem com voto secreto no Congresso. Na atual conjuntura, defender o voto secreto, é defender a malandragem política.
Alfinetadas de Clodovil!
No primeiro dia de trabalho, Clodovil já fez o que muitos não conseguem fazem há muitos anos. Ser ouvido pelos deputados, arrumadinhos e sentadinhos nos seus lugares. Maravilha! Chamou o presidente da casa de mal educado, extensivo a todos os colegas presentes na Câmara, a qual comparou justamente com a Casa de Noca, Mercadão, onde todos falam, nada se entende e com certeza pouco se aproveita. Quem tentou tirar uma lasquinha do seu discurso, acabou se dando mal. Agora, antes de pedir um aparte do deputado Clodovil, os seus colegas de parlamento vão pensar dez vezes.
Prefeitinho nervoso sô!...
As imagens levadas ao Brasil inteiro do prefeito de São Paulo botando para correr um cidadão que reclamava de alguma coisa durante uma solenidade, só serviu para mostrar que esse cidadão não está preparado para exercer um cargo público, seja ele qual for. E mais! Só agiu daquela forma por que já passou a eleição. Ainda por cima se acha com a razão de não pedir desculpas pelas cenas grotescas. Disse que foi um ato de indignação. Ora essa - senhor prefeito! Quem é o senhor para falar de indignação a um cidadão do povo. Indignação mesmo é o que o povo vem sentindo de longa data com a classe política que aí está. Chamou de “vagabundo” um cidadão que ele nunca tinha visto na frente dele. Indignação? Não convenceu! Aliás, esse adjetivo “vagabundo” usado pelo prefeito, nem aparece mais entre aqueles que o povo usou para manifestar a sua opinião sobre os políticos brasileiros. Os adjetivos evoluíram, para pior, mas evoluíram: rato, mentiroso, preguiçoso, safado, etc.

Nenhum comentário:

Postar um comentário